domingo, 24 de agosto de 2014

Pato São Paulo Kaká

Pato só precisava de um amigo no São Paulo? Kaká é mais do que isso

Alexandre Pato não é do tipo que gera antipatia. Pelo menos dentro do São Paulo. A opinião de dirigentes e jogadores é a mesma: "Bom garoto", ou sinônimos, é o que mais se ouve. Num patamar um pouco mais profundo de prosa, colhem-se muito mais elogios do que críticas – as impressões negativas hoje se resumem às dificuldades em compreender tarefas táticas, algo imperceptível nas últimas boas atuações do atacante. Apesar das impressões positivas, Pato não cultiva amizades com maior intimidade no elenco. Não é de seu perfil. Uma amizade, no entanto, alimentada anos atrás, parece ser a chave para o sucesso neste segundo semestre. Pelo menos é o que pensa Muricy Ramalho sobre a relação de Pato com Kaká, companheiro desde 2007, no Milan (ITA).
"Com certeza. É claro. Muito claro. Jogador de futebol quando tem um parceiro, que passa de parceiro, é uma amizade a mais, de ir jantar... Eu também joguei futebol, tinha desses amigos. Quando esse amigo está bem, mostra uma palavra legal, mostra que você pode fazer mais. Ainda mais quando tem crédito, porque também não adianta ser um cara sem crédito nenhum. Quando o Kaká fala algo, é para o bem. É para ajudar. Você vê que o Pato está muito contente aqui também", disse o técnico, na última sexta-feira, em conversa com os jornalistas no CT da Barra Funda.
A singularidade da relação entre Pato e Kaká se evidencia na relação de Pato com outros companheiros. Tanto no São Paulo como no Corinthians. Pato, de 24 anos, conversa e brinca nos treinos com quase todos, mas predominantemente com os jogadores mais jovens, e não com aqueles que têm a mesma idade, mesma experiência internacional ou o mesmo patamar na escala do elenco. No Corinthians, Pato dividia atividades e ficava mais próximo de jogadores como o meia Giovanni, 20, e o atacante Paulo Victor, 21, ambos jovens e reservas. No São Paulo, o meia Boschilia e o atacante Ewandro, de 18 anos, fazem as vezes.
A amizade com Kaká, para Pato, faz com que o meia de 32 anos sirva como modelo. Kaká não é só amigo, mas também aquele que acolheu o atacante na Itália. Kaká era o melhor jogador de futebol do planeta quando Pato, aos 18 anos, chegou ao Milan. Inexperiente e em um país desconhecido, o jovem conviveu seus primeiros meses ao lado daquele que era o melhor do esporte. O amigo de hoje é também o tutor.
Pato vive fase muito boa no São Paulo, dentro de campo. Superou cobranças de Muricy após não conseguir jogar como ponta, pelas laterais do ataque, por não conseguir acompanhar a marcação ao lateral adversário. Convenceu o técnico que tê-lo como segundo atacante, desprendido de tais compromissos defensivos, é o melhor pro time: jogou bem contra o Bragantino, em Ribeirão Preto, e na sequência contra Criciúma, Vitória, Palmeiras e Internacional.

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